CriciumaPrev afirma que contas estão equilibradas; Observatório discorda

“Não existe rombo no CriciumaPrev, o valor de mais de 200 milhões significa déficit atuarial. São as reservas matemáticas que o CriciumaPrev deve ter a valor presente para garantir o pagamento ao longo de mais de 75 anos”, disse o representante da empresa responsável pelo cálculo atuarial, BRPrev, de Porto Alegre, Pablo Pinto.

Na coletiva, que também teve a presença da aposentada e conselheira do CriciumaPrev Maria das Dores Vieira, do presidente do Conselho Administrativo, Reginaldo de Oliveira Bernardo, e do presidente do Conselho Fiscal, Adriano Osellame, uma das reclamações foi em relação ao repasse para o CriciumaPrev. Para Reginaldo de Oliveira Bernardo, também é preciso que o número de funcionários efetivados seja equilibrado em relação às saídas.

“Tem gente que está chegando de um concurso que a prefeitura acabou de fazer. A gente tem responsabilidade com todos os trabalhadores e são esses trabalhadores que não vão deixar o fundo ter dificuldade. Para o fundo ter dificuldade, é só a gente ter muito trabalhador contratado. Quanto mais trabalhador efetivo, concursado, menos perigo tem do fundo ter algum problema financeiro, porque está entrando um trabalhador pra suprir aquele que está se aposentando".

Entre os números apresentados está o de rendimento mensal do fundo em relação aos gastos. De R$ 2,6 milhões arrecadados mensalmente, R$ 1,6 milhão, aproximadamente, são gastos. Os valores do superávit são investidos em fundos. O valor investido do CriciumaPrev é atualmente de R$ 123 milhões. Em 2011, essa quantia acumulada era de R$ 46 milhões.

Observatório Social discorda

O Observatório Social de Criciúma, analisando os dados fornecidos pelo CriciumaPrev, concluiu que a previdência terá problemas futuros em relação a fatores como o aumento da expectativa de vida do brasileiro.

"Se a gente for contar com o contribuinte futuro pra pagar o aposentado de hoje, nós estamos trabalhando num sistema de pirâmide financeira, que não é um modelo que faz funcionar um sistema previdenciário", disse o coordenador do Observatório Social, Sinésio Volpato.

Para Volpato, é necessário analisar o modelo atual e atualizá-lo conforme o aumento da expectativa de vida. "O problema do fundo do CriciumaPrev não é hoje, nem no ano que vem, é no futuro", afirmou Volpato.